domingo, 10 de abril de 2011

REMASTERIZAÇÕES DE DEMOS DO BEHEMOTH


Este ano foi lançado as remasterizações de duas Demos da banda polonesa Behemoth, originalmente lançadas no começo da carreira. Farei uma análise crítica das obras, e disponibilizarei Links para Downloads logo abaixo.

The Return of the Northern Moon - (1993)

"SENHOR DOS VENTOS ESCUROS
"OBSCUREÇA A MINHA ALMA
"QUEIME MEUS OLHOS
"FAÇA-ME VER ILUSÕES"


Ainda me lembro de quando comecei a ouvir Black Metal. Como poucas pessoas, eu tive a sorte (eu acredito que foi sorte!) de não ter tido alguém que me dirigisse a esse estilo. Ao descobrir o Black Metal eu fiz uma descoberta pessoal, sem ter alguém que me indicasse esse estilo. Foi em meados de 2000 ou 2001. Na época, através de um contato de uma revista, eu comprei um pacote de CDs e posters cuja unica coisa em comum era o fato de serem de Black Metal. Durante muitos anos, aquele foi o unico material que eu dispunha de BM - lembrando que a Internet era bastante rudimentar naquela época. Na verdade, eu nem mesmo sabia ainda como usar a Internet.......
Dentre esses CDs, um eu ouvi muito. Era um CD branco sem nenhuma marca, com um papel sulfite colado onde estava escrito "BEHEMOTH DEMO". Não trazia nenhum encarte com informações sobre as musicas, nem sobre a banda. E a banda Behemoth simplesmente nunca fora mencionada em nenhuma das revistas que eu comprava na época. Era intrigante curtir um CD que eu não possuia informação nenhuma. E curti demais esse CD! Dono de uma profunda morbidez - morbidez essa que raramente é encontrada - provavelmente através desse album foi a primeira vez que eu compreendí que a descoberta do Black Metal para mim teria uma reverberação muito mais profunda do que apenas ter descoberto um estilo de música simplesmente; percebí que havia descoberto algo muito maior!
Bem, os anos passaram e o acesso a informações se ampliou para todo mundo, e obtive tudo que eu poderia saber sobre essa banda sensacional! O refrão da música "Summoning of the Ancient gods", traduzido logo acima, se tornou para mim num lema e num hino! Não quero tentar explicar aos leitores esse album faixa por faixa. Ouçam ele, e tentem assimilá-lo! Aos apreciadores da Arte Negra ele se revelará como a grande obra-prima que é! Grande som!!!

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...From the Pagan Vastlands - (1994)

Este é outro trabalho do Behemoth que conheço de longa data, apesar de não ter tido o mesmo impacto que eu tive com a Demo anterior. Logo na primeira faixa percebemos que a banda alia uma experimentação "Mezzo Acústica" com a agressividade do Black Metal, e de um vocal seguindo o tradicional do estilo, diferentemente do que fora feito na Demo anterior. A Demo trás, inclusive, uma música chamada "Summoning (Of the Ancient Ones) que nada mais é do que uma regravação muito mais suja da "Summoning of the Ancients gods" da Demo anterior. Além de um Cover para "Deathcrush", do Mayhem. Neste trabalho percebemos uma horda cuja proposta era fazer um Black tradicionalzão, sem grandes invencionices. Eu gosto muito dessa Demo, apesar dele ser totalmente diferente da Demo anterior, e de faltar aquela melancolia em abundãncia que ouvimos no anterior. Mas mesmo assim, é um grande trabalho! Hoje o Behemoth é uma das maiores bandas de Metal Extremo do mundo, praticando um Death/Black muito mais Death do que Black, mas que possui um histórico BM de dar inveja! Baixem essas Demos e comprovem! Na minha opinião, o trabalho que Nergal comandou nessa fase de sua banda foi único, apesar de eu não endossar a opinião daqueles que defendem um retorno do Behemoth totalmente ao Black - O Death deles, dessa atual fase, é inconfundível e grandioso! - mas é bom poder ouvir o que fizeram quando apenas praticavam um Black Metal crú e sujo, como todo Black deve ser!!!

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No tocante ao assunto "Remasterização", o que pude perceber de diferente neste relançamento foi um ganho nos graves, o que deixou o som mais "encorpado", digamos assim. Não há maiores diferenças em comparação com os originais, o que é muito bom quando o assunto é remasterização de albuns de Black Metal, algo muito perigoso, pois pode estragar os trabalhos originais. Não é o que ocorre aqui! Baixem e tirem suas próprias conclusões!

domingo, 3 de abril de 2011

OZZY EM SÃO PAULO

Segue abaixo a matéria do Site da Rolling Stone sobre o show do Madman ontem, na Arena Anhembí, em São Paulo. Amanha escreverei o meu depoimento de testemunha ocular desse grandioso show......

Rock das trevas

Por Stella Rodrigues


Sob chuva, Ozzy Osbourne tocou clássicos da carreira solo e do Black Sabbath em apresentação para 30 mil pessoas na Arena Anhembi, em São Paulo

Foto: Divulgação/Rafael Koch Rossi
Ozzy Osbourne no show realizado em São Paulo no último sábado, 2
Ozzy Osbourne no show realizado em São Paulo no último sábado, 2
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"Olê, olê, olê, olê, Ozzê, Ozzê". Foi só o Sepultura, número de abertura do show que Ozzy Osbourne realizou em São Paulo no último sábado, 2, na Arena Anhembi, deixar o palco e o grito de guerra improvisado tomou conta do lugar. Aproximadamente 30 mil pessoas compareceram para ver ao vivo o showman de 62 anos que, se no passado virou manchete por ter mordido um morcego vivo e pelo longo histórico com álcool e drogas, hoje é o tipo de roqueiro que sequer se atrasa para pisar no palco - ao contrário, iniciou sua apresentação com alguns minutos de antecedência, pouco antes das 21h30.

Ao contrário da praxe, optou por fazer sua entrada primeiro, cumprimentando a plateia e convidando-a a enlouquecer, para somente depois de ser ovacionado começar a cantar "Bark at the Moon", a primeira canção da noite, que teve um set list idêntico ao das outras performances da atual excursão, que promove o disco Scream (2010).

Apesar de estar na estrada com um disco recente, na hora de escolher o que tocar na turnê, dentro de seu amplo repertório, que abrange mais de 40 anos de trajetória, Ozzy deu preferência a clássicos, privilegiando a primeira parte de sua carreira e relembrando hits do Black Sabbath, banda que o consagrou. De Scream, somente uma faixa entrou para o show: "Let Me Hear You Scream", a segunda da apresentação de cerca de uma hora e meia.

Se seu jeito atrapalhado de falar, que já virou alvo de mil comediantes, é um sinal de que não passou incólume pelos anos de festa pelos quais submeteu o corpo, a disposição dele surpreende. É claro que o senhor Osbourne, já na idade em que se encontra, não tem mais o fôlego de um mocinho do heavy metal, mas com seu jeito esquisito de bater palmas e andar curvado e lento, ocupou todo o palco, cobrou o tempo todo animação da plateia. Ele jogou seus já tradicionais jatos de espuma nos ocupantes do gargarejo e, mesmo sendo o tipo de músico que precisa carregar em seu entourage três médicos, cantou debaixo da forte chuva que cairia mais tarde sem reclamar - "Foda-se a chuva", bradou.

Durante "Mr. Crowley", faixa de seu primeiro disco solo, Blizzard of Ozz (que, alias, esteve bastante presente no setlist), ganhou uma bandeira de um fã e, como já é mais do que manjado, ouviu-se um alvoroço quando Ozzy se enrolou nela. A bandeira foi, então, aposentada atrás de Ozzy e serviu como o único colorido a quebrar o palco negro (combinando com o mar de camisetas pretas do público, que subiam e desciam ao ritmo do som de Ozzy) e bastante simplório, sem qualquer adereço, ocupado apenas pelos instrumentos e os músicos da banda de Ozzy, ainda mais cabeludos do que o metaleiro sexagenário.

Seguiram-se as músicas "I Don't Know", "Fairies Wear Boots", do Black Sabbath, durante a qual foi introduzida uma guitarra extra, presente apenas quando Ozzy cantava músicas da banda, e "Suicide Solution", uma das que mais levantou os fãs, mesmo com a chuva tendo apertado naquele momento. Durante "Road to Nowhere", apesar da corrida pelas capas plásticas vendidas pelos ambulantes, as pessoas não se desanimaram e o show seguiu molhado, mas empolgante.

Na hora dos solos, bastante providencial para que Ozzy, ensopado, deixasse o palco por uns bons dez ou quinze minutos e voltasse um pouco mais seco, já quando a chuva havia dado uma trégua, sua banda mostrou-se eficiente em segurar a atenção. Esse momento, que costuma dividir opiniões em shows de rock - tinham uns pirando com cada sonoridade diferente e outros olhando no relógio e aguardando ansiosamente a volta de Ozzy - trouxe solos do guitarrista, o novato Gus G., e do baterista Tommy Clufetos, e mais alguns improvisos, que incluíram uma versão na guitarra de "Brasileirinho".

Quando o Príncipe das Trevas retornou, foi com tudo: já mandou direto "Iron Man", que sonorizou o ponto alto da apresentação, com todo mundo cantando e pulando junto. Seguiram-se "I Don't Want to Change the World" e "Crazy Train", que fechou a primeira parte da performance com a energia em alta. Ozzy agradeceu e, para o bis, nem deixou o palco. Já emendou um dos momentos mais belos da ocasião, que foi quando todo mundo colocou os braços para cima e fez coro para "Mama, I'm Coming Home".

Durante a coletiva de imprensa realizada em São Paulo no dia anterior, quando indagado se guardava alguma surpresa para o resto da turnê brasileira, Ozzy comentou que não poderia tocar todas as músicas que as pessoas pedem, ou não sairia do palco por cinco dias, mas que sua competente banda (que, além dos integrantes já citados, ainda inclui o baixista Rob "Blasko" Nicholson e o tecladista Adam Wakeman, filho de Rick Wakeman, do Yes) estava sempre a postos para mandar qualquer música de seu repertório, dando a entender que, se desse na telha, ele sairia do roteiro pré-ensaiado. Não foi o que aconteceu. Antes da faixa que encerrou o show, "Paranoid", intensificaram-se os pedidos por "No More Tears", mas não teve jeito. Ozzy não entendeu - ou fez que não entendeu - e respondeu: "Como? Mais uma música?" e fechou a apresentação com o sucesso do Sabbath. Antes de ir embora, agradeceu, ficou de joelhos e louvou seus súditos da plateia como se os papeis estivessem invertidos e eles fossem estrelas do rock.